Mais um ano em que estive em Nova York para participar da NRF 2025, o maior evento de varejo do mundo!
Acompanhei tudo de perto e compartilhei os principais insights, tendências e aquelas sacadas práticas que só quem está no meio do evento consegue capturar. Tudo isso foi feito, claro, em tempo real, nas minhas redes sociais!

Mas qual foi o foco da NRF 2025?
- Tecnologia que conecta pessoas: A interseção entre inovação e experiência humana esteve no centro das discussões.
- IA e operações mais inteligentes: Como a Inteligência Artificial está revolucionando os bastidores do varejo.
- Sustentabilidade com impacto real: boas práticas que funcionam na prática.
- Experiências imersivas: lojas-conceito que mostraram o futuro acontecendo agora.
Entre os principais temas, a hiperpersonalização foi um dos grandes destaques de 2025. Impulsionada pela inteligência artificial, as marcas têm agora ferramentas ainda mais poderosas para criar experiências adaptadas às preferências individuais dos consumidores.
Nomes como John Furner (Presidente e CEO do Walmart U.S.) e Azita Martin (Vice-Presidente e Gerente Geral de Retail & CPG da NVIDIA) deram palestras impactantes. Outros líderes de destaque incluíram:
- Michael Bush – CEO, Great Place To Work
- Brian Cornell – CEO, Target
- Mary Dillon – President & Chief Executive Officer, Foot Locker, Inc.
- Tommy Hilfiger – Founder & Principal Designer, Tommy Hilfiger Global
- Josh Krepon – President, DTC, Steven Madden Ltd
- Artemis Patrick – President and CEO, Sephora North America
- Joe Preston – President and CEO, New Balance Athletics Inc.
- David Solomon – Chairman and CEO, The Goldman Sachs Group Inc.
Se fosse separar em tópicos, podemos dizer que:
1. A IA dominou aproximadamente 50% das palestras, evidenciando seu papel central na transformação do varejo.
2. As lojas físicas estão se reinventando para oferecer experiências únicas. Exemplos como Louis Vuitton e LEGO mostraram como criar ambientes interativos e personalizados.
3. Personalização vai além dos produtos, englobando interações digitais integradas.
4. Engajar colaboradores e promover uma cultura de inovação foi amplamente discutido.
5. Sustentabilidade e responsabilidade social foram valorizadas como diferenciais competitivos.
Trago agora um breve resumos dos 3 dias do evento, que na minha opinião e da grande maioria é um tempo curto para tantos assuntos relevantes.
O primeiro dia da NRF 2025 deixou claro: a Inteligência Artificial (IA) é o grande motor de transformação no varejo! Líderes de gigantes como Walmart, NVIDIA e Burberry destacaram como a IA está revolucionando operações, personalizando experiências e conectando marcas às novas gerações.
Painéis discutiram desde precificação dinâmica e social commerce até o impacto da geolocalização e da conectividade em equipes e clientes. A estratégia “A Bold New Chapter”, da Macy’s, é um exemplo de como unir IA, canais físicos e digitais para criar jornadas mais coesas.
O segundo dia mostrou como o varejo está mudando com muita inovação e propósito. Kathleen Mitford da Microsoft explicou como a IA está personalizando a experiência de compra, tornando tudo mais intuitivo e eficiente.
Outro destaque foi a Artemis Patrick, da Sephora, que falou sobre criar novas categorias que os consumidores nem sabiam que precisavam. E o sucesso do vídeo commerce foi outro ponto alto, unindo engajamento e conversão de maneira dinâmica.
O terceiro dia, deixou claro que uma coisa é certa: a IA veio para ser um marco no mundo, ainda de forma modesta, mas já está presente.
Mais uma vez, vimos a força das comunidades sendo destacada como essencial para engajar clientes, segundo Calvin McDonald da Lululemon. Agora, imagina aumentar seu ROAS em 2,4x integrando o canal físico ao digital, como fez a Target.
Outro ponto bacana foi sobre tecnologias que automatizam processos, liberando mais tempo para focar no cliente. Sanish Mondkar, da Legion Technologies, destacou como a automação pode otimizar operações e melhorar a experiência do cliente.
A NRF 2025 demonstrou que o varejo está em um ponto de inflexão, onde tecnologia e humanização caminham lado a lado.
A próxima etapa é integrar completamente as soluções de IA nos processos, trazendo benefícios reais e sustentáveis tanto para as operações quanto para os clientes.
Mas atenção, nem tudo é inovação e realmente surpreende.
Quem lembra da NRF onde o Metaverso era apontado como a grande transformação do mundo? Pois é, flopou, e está tudo bem, faz parte do jogo. Por isso é importante vir para a feira com o pé no chão, analisar tudo o que é dito com muita atenção e entender que nem sempre a conversa é global.
A NRF 2025 trouxe temas importantes, como o impacto da inteligência artificial, o crescimento do social commerce e a integração omnicanal. Mas, honestamente, a sensação é que estamos ouvindo as mesmas discussões da edição passada, embaladas de forma mais sofisticada.
Vamos torcer para que os próximos meses tragam algo realmente novo.
Sonho em ir na próxima NRF? É uma boa ideia?
Venha, mas venha com o pé no chão. Pé no chão, mas com olhos no futuro, eu sempre digo isso.
Nos EUA, o varejo tem um contexto bem diferente: alto poder de consumo, acesso a tecnologias de ponta e infraestrutura robusta. Já no Brasil, enfrentamos desafios como carga tributária, logística complicada e um consumidor mais sensível a preços. Isso não significa que estamos atrasados, mas que precisamos ser criativos para traduzir essas tendências para o nosso mercado.
Dicas para trazer a NRF para o Brasil sem surtar:
1. Menos é mais, sempre: Não precisa querer colocar tudo o que viu em prática de uma vez. Escolha aquela ideia que faz sentido para o seu negócio e vá no passo a passo. Inovação também precisa de planejamento!
2. Aqui é Brasil! O consumidor brasileiro é esperto, gosta de novidade, mas também quer pagar pouco. Então, pergunte-se: como essa ideia pode melhorar a experiência dele sem estourar o orçamento?
3. Tecnologia sem exageros: Algumas soluções da NRF parecem coisa de filme de ficção científica, né? Procure alternativas mais acessíveis ou simplifique a ideia para que ela caiba no seu bolso e funcione de verdade.
4. Time bom é time treinado: Pode ter a melhor tecnologia do mundo, mas se sua equipe não souber usar, já era. Invista no treinamento deles, porque inovação só acontece quando as pessoas sabem o que estão fazendo.
5. Teste antes de pular de cabeça: Não precisa sair mudando tudo de uma vez. Faça um teste em pequena escala, veja o que funciona e só depois amplie. Evita dor de cabeça e desperdício de dinheiro.
O maior aprendizado? O que funciona no Brasil é inovação com propósito. Não se trata de replicar o que acontece lá fora, mas de entender as tendências e adaptá-las para atender às reais necessidades do consumidor brasileiro.
Afinal, o varejo é feito de gente para gente, e o cliente, no fim do dia, é quem dá a última palavra.
Trabalho no setor varejista há mais de 18 anos, com foco na área Operacional, Trade Marketing, Gestão de Pricing e Gerenciamento de Categoria. Já atuei nas maiores redes varejistas do País em cargos de gerência, supervisão, trade marketing, gestão de pricing e gerenciamento de categoria e merchandising.